Você conhece alguém que tenha casado por ódio?
“Eu odeio você, mas casa comigo?”
As pessoas dizem estar casando por amor, porém a taxa de divórcios cresce a cada ano. Somente em 2014 o índice de divórcios cresceu 161% no Brasil, em relação a 2004, conforme pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Onde está este amor que as pessoas dizem sentir quando decidem se casar, aceitando as condições impostas pela igreja, “na saúde na doença, na alegria na tristeza, na riqueza e na pobreza até que a morte os separe”?
Será que elas têm consciência do compromisso que estão assumindo dali para frente?
O divórcio traz consigo imensurável desgaste emocional, afinal são bens físicos a serem partilhados, bicho de estimação para definir a guarda e filhos que precisam ser “divididos” já que, não raro, ficam em situação delicada quando os pais não têm maturidade para separar suas atribuições de pais da de marido e mulher. Casais assim, mesquinhos, usam os filhos como objetos que servem para atingir e ferir o outro.
O desgaste e os traumas que um divórcio causam são inúmeros.
Não estou querendo dizer que você que está vivendo uma relação infeliz e já fez de tudo para resgatá-la tenha que permanecer no casamento só porque a igreja, a família ou seja lá quem for ache que é assim que tem que ser. É você quem deve decidir sua felicidade, mesmo que ela dependa de separação.
O que eu quero dizer é que existem meios de não permitir que o casamento chegue ao fim, pois, com muita dedicação de ambas as partes, vocês podem resgatar a relação e aprender a se amar, mesmo que estejam casados há anos.
Quando nos casamos, sentimos uma mistura de paixão com admiração, sentimentos que nos fazem crer que aquela pessoa nasceu para ser o marido ou a esposa que sempre sonhamos, desejamos. Porém, somente a convivência diária permite descobrir que não conhecemos verdadeiramente o outro que escolhemos para viver ao nosso lado.
Muitos dizem que o amor acabou, porém, em muitos casos, ele nem teve a oportunidade de crescer e florescer!
Pense, antes de tomar qualquer decisão, se você oferece ao seu parceiro a oportunidade de conhecê-lo profundamente. Quais são os sonhos, medos e o que ele pensa sobre a vida? O que ele gosta de fazer? E os parentes como são? E os amigos? Qual é a história do passado dele? Você estará, pois, casando-se com tudo isso e se quiser que o casamento frutifique, precisará aprender a colocar o seu lado racional acima do lado emocional em muitos momentos.
Sempre comento que resolvemos facilmente dificuldades em nosso trabalho, já que não temos o hábito de chorar ou gritar com o nosso chefe quando ele nos critica diante de algum comportamento errado.
Então, por que não fazemos o mesmo com o nosso parceiro? Por que não proceder no casamento do mesmo modo como o fazemos em nosso trabalho, com um diálogo racional e emocionalmente equilibrado? Aprenda, pois, a não acumular problemas, a não os colocar dentro de um saco e os carregar nas costas como se dissesse: “Fique aí dentro, não quero ter que resolver isso agora.” Mesmo aqueles problemas que você diz não serem muito significativos agora, tornar-se-ão pesados para serem carregados mais adiante. E é aí que começam os grandes conflitos nas relações.
Sabe, chega uma época em que os acúmulos negativos da relação transformam a pequena discussão num grande desentendimento, em virtude de fatos mal resolvidos no passado.
No cotidiano há diferentes assuntos que precisam ser definidos e cuja decisão pode provocar discordância e discussão prolongada. O casal fica brigado por dias, semanas até, falando somente o básico, até que um toma a iniciativa de uma conversa amigável, e o problema que originou o afastamento, a mágoa, fica esquecido lá no saco!
O Amor precisa de comunicação não somente da verbal, já que esta representa apenas 10% da nossa comunicação, mas da comunicação não verbal, que representa mais de 90%. Ou seja, de nada adianta a esposa ou o marido falar: “Certo, vamos conversar!” e ficar de braços cruzados frente a frente ou olhando para o celular ou televisão. Na verdade, o parceiro está querendo dizer que não queria estar nessa conversa, mas também não quer que você o culpe, depois, por não o ter ouvido.
É preciso lembrar constantemente que vocês não estão em uma disputa, mas que pertencem ao mesmo time! Ninguém precisa provar quem está certo ou errado, é preciso compreender que vocês irão discordar em alguns momentos, mas no fim é o bem da “equipe” que importa. É como um jogo de futebol, se o atacante não fizer gol é porque o time que jogou mal e todos precisam reavaliar a estratégia utilizada. Se pessoas individualistas são péssimas no futebol, que dirá em um casamento!
O Amor precisa ser regado a cada dia para sempre sentir o perfume das flores que nascerão.
Amar é um constante aprendizado, em que, juntos, as pessoas caminham para objetivos comuns. No casamento, em especial, o amor só vinga com respeito, cuidado, compreensão das dificuldades e das necessidades um do outro.
Silvia Mari Bavaresco
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